O Dono Que Me Botou De Quatro

 
Há encontros que parecem escritos por mãos invisíveis, como se o destino tivesse traçado um caminho sinuoso para unir duas almas sob o véu da escuridão e do desejo. Alguns chamam de acaso, outros de necessidade; eu chamo de entrega. Em uma noite qualquer, em meio ao murmúrio abafado de vozes e à luz suave de um ambiente envolto em segredos, ela apareceu — não como uma simples mulher, mas como uma promessa de entrega absoluta. E ele, um homem cuja presença era como uma tempestade silenciosa, trouxe consigo um desejo que ia além do toque: era comando, era posse, era fogo.
 
Amanda, como a conhecemos, carrega em si a história de quem aprendeu a viver nos recantos mais sombrios da cidade, onde a vida exige que você se reinvente ou desapareça. Seus olhos, profundos e sensuais, guardam histórias que suas palavras nem sempre contam. Ela não escolheu aquele caminho por prazer inicial, mas pela força das circunstâncias — e, com o tempo, descobriu nele uma forma de existir com intensidade.
 
Naquela noite, sentada em seu canto habitual, trajando um vestido negro que beijava seus quadris como uma segunda pele, parecia imersa em pensamentos longínquos. Até que a voz dele rompeu sua quietude. Um pedido grosso, imperativo, ecoou no balcão. Ao virar, viu-o: um homem de postura firme, semblante austero, olhar capaz de fazer qualquer um perder o fôlego. Sua presença era quase intimidadora, mas havia nisso tudo uma estranha sedução.
 
Sem gentilezas, sem preâmbulos, ele a guiou pelas escadas, puxando-a pelo braço como se soubesse que ela já sabia o caminho, mesmo que fosse a primeira vez. O quarto era como todos os outros naquela casa — discreto, perfumado com um leve aroma de âmbar e madeira velha. Lá dentro, o ar parecia denso, pesado de intenções não ditas.
 
— Quero que você me mostre o que sabe fazer — disse ele, sentando-se na beira da cama, enquanto soltava o cinto com movimentos precisos e calmos. Sua voz não era cruel, mas era intransigente.
 
Ela se aproximou, hesitante, como quem conhece seu ofício mas, diante daquela aura dominadora, perdia um pouco de controle sobre si mesma. Seus dedos trêmulos abriram o fecho da calça masculina, e ali estava ele — ereto, pulsante, como uma promessa muda de prazer e dor. A boca dela se encheu de água. Não era a primeira vez que via algo tão imponente, mas nunca antes havia sentido tamanha reverência.
 
— Ele é grande... — murmurou baixinho, quase como um elogio.
 
— Não preciso da sua opinião. Apenas faça — interrompeu ele, puxando-lhe os cabelos com firmeza, guiando-a até seu colo.
 
O primeiro contato foi molhado, quente. Amanda envolveu o membro com os lábios, massageando com habilidade, explorando com língua ágil cada curva, cada veia saliente. Mas ele não reagia. Nem gemidos, nem suspiros — apenas o silêncio, quebrado apenas pela respiração pesada.
 
Quando achou que poderia parar, ele falou:
 
— Tire a roupa. Deixe-me ver o que tenho para mim.
 
Ela obedeceu, deixando o tecido escorregar por suas coxas, revelando uma pele macia, quase infantil.
 
Ele a observou por um instante, como quem avalia uma obra rara, antes de ordenar:
 
— De quatro. Agora.
 
O colchão amaciou sua queda. Nua, exposta, ela sentiu o calor do corpo dele aproximar-se, sentir sua respiração próxima ao centro de seu desejo. Foi então que ele a tocou — não com as mãos, mas com a língua. Uma única passada, lenta, precisa, que arrancou dela um gemido involuntário.
 
— Por favor… faz de novo — pediu, sem perceber que, pela primeira vez, ela suplicava.
 
— Você não decide aqui — respondeu ele, afastando-se, para logo depois retornar com um tapa forte na nádega. Outro. Mais outro. Dez no total, cada um mais quente que o anterior, fazendo-a arfar, tremer, derreter.
 
Então, sem aviso, penetrou-a. Fundo. Sem pressa, sem piedade. Ela gemeu alto, surpresa com a invasão brutal, mas também fascinada por ela. Cada estocada era uma marca, uma assinatura em seu corpo. Ele perguntou, rouco:
 
— Já alguém te comeu assim?
 
Ela, entre suspiros, respondeu:
 
— Nunca.
 
Foi o suficiente para ele aumentar o ritmo, a força, a intensidade. Era como se quisesse gravar cada movimento em sua memória, marcar seu território.
 
No fim, ele gozou dentro dela, com um gemido baixo, quase animal. E ela, em sincronia, sentiu o clímax tomar conta de seu corpo como uma onda quente e libertadora.
 
Naquela noite, Amanda não foi apenas uma prostituta cumprindo seu papel. Foi uma mulher rendida ao desejo mais primordial — o de ser desejada, dominada, possuída. E ele, o homem que entrou sem pedir licença, saiu levando consigo não apenas o prazer físico, mas também um pouco daquela alma que dançava entre o pecado e a redenção.
 
Dizem que o sexo é apenas carne, movimento e calor. Mas há momentos em que ele transcende o corpo e toca o espírito — quando o domínio se transforma em conexão, e a submissão, em entrega verdadeira. Foi isso que aconteceu ali, naquela suíte banhada pela penumbra e pelo desejo: dois desconhecidos se encontraram e, por alguns minutos, tornaram-se donos um do outro.
 
Ela agora aguarda a próxima quarta-feira, não por obrigação, mas por vontade. Pois sabe que, quando ele voltar, não será apenas para satisfazer um cliente — será para encontrar novamente aquilo que, sem querer, ambos descobriram juntos: desejo real, selvagem, humano.
 
E talvez, só talvez, algo muito próximo do amor.

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