O Porteiro Que Abriu Minha Fechadura
Há dias em que o sol parece demorar mais para se pôr, estendendo uma luz dourada sobre tudo e todos. Nesses momentos, onde a razão vacila e os sentidos despertam, algo dentro de nós se transforma. É nesse clima quase hipnótico que Lígia, uma mulher cuja beleza natural esconde um segredo bem guardado, vive uma tarde inesquecível — marcada por desejo, tentação e entrega.
Lígia sempre foi vista como uma dona de casa discreta, mãe dedicada e esposa fiel. Seus cabelos loiros, olhos claros e sorriso tímido pareciam desafiar qualquer suspeita de ousadia. Mas sob aquela fachada de recato, ardia um vulcão contido. A gravidez lhe trouxera curvas que antes só sonhara ter; seu corpo era agora uma sinfonia de formas suaves e provocantes, cada detalhe parecia feito para excitar. E ela sabia disso.
Nos últimos meses, porém, o calor dentro dela crescia sem controle. Seu marido, apesar de atento às suas mudanças, não conseguia acompanhar o ritmo frenético do desejo que a consumia. Era como se seu corpo tivesse desenvolvido uma sede que somente ela mesma mal entendia.
O porteiro do prédio, Pedro, havia notado essa mudança. Homem de meia-idade, trajava seu uniforme com simplicidade, mas seus olhos eram perspicazes. Ele via nela algo além da vizinha gentil — via uma chama que dançava atrás de um véu de compostura. Com o passar das semanas, pequenas gentilezas tornaram-se aproximações silenciosas, e gentilezas viraram olhares prolongados.
Naquela tarde quente do Rio, Lígia voltava do shopping com um vestido leve, quase translúcido. Sob ele, nada a cobria além de uma calcinha fina, delicadamente rendada. Cada movimento seu era uma promessa, e cada passo ecoava na mente de Pedro, que a esperava na garagem. Seus olhos seguiram cada curva enquanto ela saía do carro, o tecido moldando-se ao formato perfeito de sua silhueta. Um olhar que não passou despercebido.
Ao subirem juntos, o elevador parecia menor, o ar mais denso. No apartamento, enquanto arrumavam as compras, o clima entre eles se tornou palpável. Lígia abaixava-se com uma graça proposital, permitindo que Pedro vislumbrasse mais do que deveria. Sua respiração acelerou, e o volume em sua calça traía o desejo reprimido há tanto tempo.
Quando finalmente chegaram à cozinha, o calor já vinha de dentro. Foi num instante que tudo mudou — um encontro súbito entre corpos, entre vontades que não podiam mais ser negadas. Pedro, firme e decidido, envolveu-a com braços fortes, colando seu corpo ao dela contra a mesa. Seu toque era urgente, quase animal, e Lígia, surpresa, resistiu por um momento, apenas para render-se logo após, derretida pelo desejo.
Sentiu-o pressionar contra si, quente e pulsante, e soube que não haveria volta. Quando ele a penetrou, foi como se o mundo parasse. Cada movimento era uma descoberta, uma fusão de prazer e pecado. Ela gemia baixo, mas a paixão a fazia perder o controle. Suas mãos agarravam a mesa, seus quadris respondiam aos dele com urgência igual. Era como se aquele homem, tão comum, tivesse despertado nela uma versão selvagem, insaciável.
A posição mudou, e Lígia montou nele, guiando o ritmo, dominando o espaço. Seu corpo branco contrastava com o dele, mais escuro, mais rústico. A cena no espelho era quase cinematográfica — duas almas entregues ao momento, esquecidas de tudo, até mesmo da janela aberta, onde alguns olhares curiosos observavam tudo em silêncio.
Após gozarem juntos, exaustos mas ainda sedentos, ele a beijou com carinho, como se quisesse lembrá-la de que ali, naquela cama que dividia com outro, ela pertencia inteiramente a ele por um breve instante. Foram interrompidos por uma ligação do marido, mas nem isso tirou o brilho daquela conexão proibida.
Aquela tarde não foi apenas uma transgressão — foi uma revelação. Lígia descobriu em si uma força que nunca imaginara ter, e Pedro, um desejo que acreditava adormecido. Desde então, encontraram formas de repetir a dose, em lugares discretos e excitantes, onde a adrenalina da descoberta torna cada encontro ainda mais intenso.
Ela não é uma traidora, tampouco uma devassa. É apenas uma mulher que aprendeu a ouvir seu corpo, a reconhecer seu próprio desejo e a vivê-lo com intensidade. Em cada olhar cúmplice com Pedro, em cada toque rápido nos cantos do condomínio, há um pacto silencioso: aproveitar o momento, sentir cada gota de prazer, sem culpas, apenas com paixão.
Porque às vezes, o melhor tipo de amor não está nos votos eternos, mas sim nas chamas passageiras que iluminam nossas vidas por breves e deliciosos instantes.




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