A Professora e os Dois Alunos

 
O sol da tarde ainda pairava sobre a cidade, derramando-se pelas frestas da cortina como mel quente. Viviane sentou-se na borda da cama, os joelhos trêmulos, o corpo ainda pulsando em ecos distantes de algo que parecia ter saído de um sonho — ou de um pesadelo. O ar no quarto era espesso, carregado de suor, perfume e um silêncio que latejava. Ela não sabia se queria chorar, rir ou fugir. Só sabia que, dentro dela, algo havia se quebrado — e, ao mesmo tempo, se completado.
 
Há dias, vivia num estado de expectativa. A aula particular com Ismael — seu aluno, seu amante, seu segredo — tornara-se um ritual de olhares prolongados, toques acidentais, sussurros disfarçados de correções gramaticais. Ele era jovem, sim, mas havia uma fome em seus olhos que não se ensina. Uma certeza. E Viviane, aos trinta e oito, sentia-se pela primeira vez em anos como se fosse desejada não por obrigação, mas por escolha. Por desejo puro.
 
Naquela tarde, porém, o jogo mudou.
 
O convite veio por mensagem: “Minha mãe saiu. Só eu em casa.” Ela respondeu com um coração, mas por dentro, já se desfazia em antecipação. Tomou banho com cuidado, demorando-se nas curvas que julgava esquecidas — os quadris que já não cabiam nas calças de antes, os seios que desafiavam a gravidade, o triângulo escuro entre as pernas, úmido antes mesmo do toque. Passou o perfume que guardava para ocasiões especiais — âmbar, patchouli, algo que lembrava pele quente e segredos. Vestiu uma camiseta curta, justa o suficiente para não deixar dúvidas, e uma calça colada. Não colocou calcinha. A ausência era um ato de coragem. Ou de entrega.
 
Quando chegou, Ismael a recebeu com os olhos brilhando. Beijou-a como se tivesse ensaiado, como se cada movimento fosse parte de um plano. As mãos, firmes, deslizaram por suas costas, apertaram sua bunda, trouxeram-na para perto. Ela sentiu o volume sob o tecido da cueca, duro, insistente. E então, ele se afastou.
 
— Espere aqui — disse, com um sorriso nervoso. — Tenho uma surpresa.
 
Viviane ficou sentada na cama desarrumada, ouvindo os passos no corredor. O coração batia em desacordo com a razão. O que poderia ser uma surpresa? O que ainda faltava, depois de tudo?
 
Quando a porta se abriu de novo, ela congelou.
 
Lá estava Breno. Ex-aluno dela. Cabelos encaracolados, olhar direto, corpo de quem malha com disciplina. Vestia apenas uma cueca curta, e sob o tecido, um volume que não podia ser ignorado. Ao seu lado, Ismael, também sem camisa, com a mesma excitação estampada no corpo.
 
Os dois cercaram-na. Não com violência, mas com uma presença que dominava o espaço. Viviane sentiu o ar faltar. O que era aquilo? Um teste? Uma armadilha? Uma brincadeira de mau gosto?
 
Ismael sorriu.
 
— Gostou da surpresa, professora?
 
Ela tentou se levantar. Disse que não, que aquilo era loucura, que estava fora de controle. Mas suas pernas não obedeceram. E seus olhos... seus olhos não conseguiam desviar.
 
Breno sorriu. Um sorriso lento, confiante. Então, com uma calma que a desarmou, puxou a lateral da cueca. E ali estava — um membro longo, grosso, pulsando sob a luz fraca do quarto. A pele clara, as veias finas como mapas de desejo, a glande úmida, brilhando. Viviane sentiu o útero se contrair. A boca secou. As pernas tremeram.
 
Ela virou-se para sair. Tentou. Mas não foi firme. Sua voz falhou. E quando Breno sussurrou:
 
— Você não quer ir, quer?
 
— ela soube que estava perdida.
 
O primeiro toque foi de Ismael. As mãos nos seios, a boca no pescoço. O segundo, de Breno. Os dedos entre suas pernas, encontrando-a molhada, pronta, como se seu corpo já tivesse decidido por ela. Viviane gemeu. Um som baixo, rouco, que veio de algum lugar profundo — um lugar que ela não sabia que ainda existia.
 
E então, tudo se dissolveu.
 
A camiseta voou. A calça deslizou. As mãos de dois homens exploraram-na como território sagrado. Um chupava seus seios, outro enterrava os dedos em sua vagina, enquanto ela, entre gemidos, segurava os dois membros — um grosso, outro longo, ambos pulsando de desejo. Era demais. Era impossível. Era exatamente o que ela queria.
 
Quando Breno a guiou para baixo, para sua boca, ela obedeceu. Cheirou-o, lambeu-o, sentiu o gosto salgado do pré-gozo na língua. Chupou com fome, com vergonha, com paixão. E quando ele a penetrou — devagar, com cuidado, mas com uma grossura que a fez ver estrelas — ela gritou. Um grito de dor? De prazer? De ambos?
 
Não importava.
 
O corpo dela ardia. Cada célula parecia vibrar. Quando Ismael a virou, colocou-a de quatro, e penetrou seu ânus com movimentos firmes, ela chorou. Lágrimas escorriam, misturando-se ao suor, ao prazer, ao medo. E ainda assim, pedia mais.
 
Porque não era sobre dois homens.
 
Era sobre ser desejada como mulher.
 
Sobre ser vista.
 
Sobre ser tomada.
 
Sobre não ter que fingir que não queria.
 
Quando Breno voltou, desta vez posicionando-se na frente, enquanto Ismael ainda a preenchia por trás, ela arregalou os olhos.
 
— Vocês dois? — sussurrou, a voz trêmula.
 
— Sim — respondeu Breno, com um sorriso. — É isso que você quer, não é?
 
Ela não respondeu. Mas arqueou as costas. Abriu mais as pernas. Aceitou.
 
A dor foi intensa. O corpo dela, esticado além do limite, parecia gritar. Mas o prazer... o prazer era maior. Era como se cada célula explodisse em ondas de sensação. Ela gozou. E gozou de novo. E de novo. Até que não sabia mais onde terminava ela e começavam eles.
 
Depois, no banho, sozinha, olhou-se no espelho. Os olhos estavam vermelhos. O corpo, marcado. O ânus, sensível. A vagina, inchada. Mas o sorriso... o sorriso estava lá.
 
Não de vergonha.
 
De vitória.
 
Porque ela havia cruzado a linha.
 
Porque havia se permitido.
 
Porque, pela primeira vez em anos, sentira-se viva.
 
E quando saiu, olhou para os dois rapazes, ainda nus, ainda admirados, e disse, com voz firme:
 
— Isso nunca aconteceu.
 
Nunca.
 
Eles assentiram, assustados.
 
Ela sorriu.
 
Sabia que mentia.
 
Mas também sabia que voltaria.

Comentários

Postagens mais vistas