O Instrutor e a Aluna Curiosa

 
Às vezes, os destinos mais inesperados nos conduzem a encontros que deixam marcas profundas — não apenas no corpo, mas na memória. Foi em uma transferência temporária para São Paulo, entre fardas, instruções e uma rotina marcada pela disciplina, que um jovem militar se viu envolvido por uma atração sutil, mas magnética. O que começou como um compromisso inofensivo revelou-se uma experiência pulsante, marcada por olhares, descobertas e entrega.
 
Estávamos em 2019. Ele havia deixado o Rio de Janeiro, onde atuava como fuzileiro naval, para participar de um curso técnico no interior paulista. Recém-chegado à cidade, ainda se ambientando aos altos custos e aos novos rostos, foi acolhido por um colega local — um instrutor experiente que rapidamente se tornou um guia informal, tanto nas noites boêmias da metrópole quanto nas oportunidades fora da rotina militar.
 
Foi em um desses convites que surgiu a ocasião inesperada: substituir o amigo como orientador em um curso preparatório para concursos públicos. Um sábado como outro qualquer ganhou contornos distintos quando ele conheceu Larissa — nome que soava doce demais para a firmeza de sua postura. A garota se destacava: disciplinada, segura e com um olhar curioso que o seguia com mais frequência do que ele esperava.
 
Durante a aula, aproximou-se com um pretexto técnico, pedindo orientações sobre sua postura. O diálogo era cordial, quase inocente, mas havia algo no modo como ela o observava, como quem queria aprender mais do que apenas a cadência da marcha.
 
— Quantos anos você acha que eu tenho? — perguntou ela, com um sorriso travesso.
 
Ele a avaliou por um instante. Os traços suaves, os olhos ligeiramente puxados, a pele dourada pelo sol. Disse que ela parecia ter vinte, talvez um pouco mais. Ela riu.
 
— Tenho dezoito. Todo mundo erra.
 
Na semana seguinte, ele voltou. O reencontro foi espontâneo, e Larissa se apresentou com um charme levemente calculado. Trouxe à tona uma série de fotos de um ensaio recente — imagens que, embora não revelassem nada além da pele permitida, carregavam uma intenção sutil, provocativa. Era o tipo de beleza que se revelava com lentidão, sugerindo mais do que mostrava.
 
Enquanto os outros conversavam, ela o puxou para uma caminhada pelas sombras do Parque Ibirapuera. O fim da tarde tingia o céu de tons âmbar, e as árvores altas filtravam a luz em pequenos feixes. Conforme adentravam trilhas mais discretas, o silêncio entre os dois se tornava mais eloquente do que qualquer palavra dita. Ele percebeu a intenção, e ela, ao sorrir sem negar, confirmou o desejo silencioso.
 
A aproximação foi natural. O toque inicial, uma mão em sua cintura. O beijo, lento e crescente, como se cada gesto fosse um prelúdio calculado. As mãos dele exploravam com firmeza, enquanto o corpo dela respondia com urgência contida. As palavras se perderam, dando espaço a suspiros, arranhões e respirações descompassadas.
 
Na penumbra da mata, o desejo ganhou voz — não gritante, mas ofegante. Os movimentos foram se intensificando como uma música que evolui sem pressa, até atingir um clímax orquestrado a dois. Ela se entregava com gosto e espontaneidade, guiando-o com um misto de doçura e fome, como se aquele momento tivesse sido ensaiado apenas na imaginação.
 
O tempo ali parecia suspenso. Quando o ápice chegou, foi com intensidade e cumplicidade, como se a natureza ao redor os envolvesse, protegendo aquele instante de prazer silencioso e irrepetível. E, enquanto se vestiam novamente entre sorrisos e provocações, a promessa ficou no ar — sutil, como tudo o que veio antes: aquilo poderia se repetir.
 
Alguns encontros não precisam de planos para acontecer. Eles apenas surgem — entre a disciplina de uma rotina rígida e a leveza de uma conversa aparentemente casual. Aquela experiência não foi apenas um episódio de prazer físico. Foi a revelação do que pode nascer no entrelace do inesperado com a coragem de ceder ao desejo.
 
Larissa, com seu jeito curioso e firme, deixou mais do que um perfume na camisa. Deixou uma lembrança viva, daquelas que voltam em momentos silenciosos — como um sopro quente na nuca ou um beijo que ainda ecoa nos lábios. E ele, entre uma nova instrução e outra, sabia: certas lições não estão nos manuais, mas nas entrelinhas do prazer que se descobre.

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