O Prazer de Reencontrá-la
Lorena sempre foi, para ele, uma lembrança morna da infância — os risos no pátio da escola, os olhares inocentes e os segredos compartilhados entre um gole de refrigerante e um suspiro não compreendido. Anos se passaram, e o reencontro virtual revelou uma mulher que já não cabia nas memórias juvenis: pele dourada de sol, olhos provocantes e um corpo que parecia ter aprendido a arte da tentação com o tempo.
Durante semanas, mensagens escorregavam entre os dedos como promessas não ditas. Emojis trocados, elogios sutis, fotos cuidadosamente despretensiosas — até que uma imagem chegou como um sopro de provocação: Lorena, de sutiã branco, envolta em luz suave, o olhar direto como se dissesse “seja corajoso”.
Tomás não hesitou. Entre a distância de 140 quilômetros e o desejo que já roçava sua pele como uma brisa morna, ele escolheu o impulso. Chegou à cidade dela numa sexta abafada, recebido com sorrisos familiares pelos pais que o reconheciam da infância — ironia doce do destino. Lorena, por sua vez, cruzava os corredores da casa com roupas leves e gestos soltos, como se não soubesse (ou soubesse demais) do efeito que causava.
No sábado à tarde, o convite veio como um feitiço casual:
— Vai querer piscina?
Ele assentiu sem voz, como se o corpo já soubesse da resposta. Lorena surgiu envolta por um biquíni branco que não escondia absolutamente nada do que queria ser visto. A pele dela parecia feita de nuvem quente. Os seios marcavam com firmeza delicada, e a parte inferior denunciava curvas esculpidas com precisão.
Entre risos e diálogos leves, ele sussurrou com um sorriso:
— E aquela foto? Vai ficar só na promessa?
Ela respondeu com olhos semicerrados e uma frase que suspendeu o ar ao redor:
— A sua chance está na sua frente.
O beijo veio como se já tivesse acontecido mil vezes em silêncio. Lorena deixou-se tomar, mas foi ela quem, de fato, conduziu. A mão dela encontrou seu desejo com uma naturalidade que misturava ternura e ousadia. Beijou-lhe o pescoço e deixou escapar um suspiro que parecia carregar todas as noites solitárias dos dois.
O tecido do biquíni cedeu às mãos dele, revelando os seios alvos, duros, com bicos que imploravam pela boca que agora os percorria como se estivesse descobrindo um segredo ancestral. Ela fechou os olhos, e quando sussurrou entre dentes “agora me sente com a boca”, ele entendeu que a entrega não seria física — seria espiritual.
Na borda da piscina, o mundo se diluiu. Tomás a beijava ali como se lamber fosse uma forma de veneração. O corpo dela tremia, e quando ela se arqueou em gozo, houve um silêncio denso, como se o universo parasse para escutá-la.
Ela o puxou para perto e, entre toques e carícias, o tomou para si. Havia firmeza nos quadris, mas delicadeza nos olhos. Sussurros entrecortados, unhas na pele, cabelo puxado, gemidos abafados entre beijos — o tempo se dissolveu.
E então ela se sentou sobre ele, lentamente, como quem sela um pacto silencioso.
— Vem... me preenche — murmurou, quase em prece.
O momento do êxtase foi uma dança lenta de corpos, mas rápida demais para a alma. E quando a última gota de prazer escorreu entre suspiros, ela ainda o olhava com ternura: não de posse, mas de gratidão.
Deitou sobre o peito dele como quem encontra abrigo em uma tempestade que ela mesma invocou. Depois, sem dizer mais nada, beijou-lhe o ombro, sorriu de canto e voltou a encostar os lábios onde tudo havia começado.
Naquela tarde, ela não buscava o amor eterno. Nem ele, uma mulher para a vida toda. Mas ambos souberam: entre memórias de infância e pulsões de agora, haviam se pertencido — por inteiro, ainda que por instantes.
E às vezes, é isso o que basta para se lembrar do que é estar vivo.




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