Um Degrau Acima do Prazer

 
O sábado amanheceu com o calor típico do início do verão, e Isadora sentia a pele vibrar sob a promessa de sol. Vestiu seu biquíni azul — mínimo, proposital — e preparou o espaço gourmet da casa para uma tarde leve. A piscina já estava limpa, as cervejas no gelo, e as almofadas secando ao sol. Convidar Caio, seu velho amigo, tinha sido um impulso. Mas não um qualquer — um desejo que há tempos escorria por trás de cada sorriso tímido, de cada abraço contido.
 
Caio chegou com a leveza habitual, mas os olhos não conseguiram esconder o impacto. O biquíni de Isadora realçava a pele bronzeada, as curvas pequenas mas certeiras, e aquele jeito de rir com a boca entreaberta que parecia feito sob medida para provocar. As irmãs de Isadora também estavam ali, mas a presença dele era dela, e ela sabia disso.
 
Entre goles gelados e brincadeiras na água, a tarde escorria com a lentidão dos momentos que pedem para durar. Quando Bianca e Lívia desceram para a casa, restaram apenas os dois — e um silêncio que não precisava de palavras.
 
As nuvens fecharam o céu como se quisessem conspirar, e a chuva veio densa, quente, como um chamado. Correram, ainda rindo, para a parte coberta, enquanto os corpos gotejavam como frutas frescas. Isadora encostou-se a uma escada de madeira, ajeitando o biquíni encharcado. Um leve descuido — intencional — fez com que o tecido cedesse, revelando a ponta rosada de um seio, intumescido pelo frio ou pelo desejo.
 
Ela sentiu o olhar dele. Ardente. Incontrolável.
 
— Gostou do que viu, Caio? — sussurrou, os olhos brilhando sob a luz úmida do entardecer.
 
Ele tentou rir, mas o calor que subia não deixava. Apenas assentiu, sincero, quase menino.
 
— Se quiser... posso mostrar mais. Tudo. Só precisa pedir.
 
A distância entre eles evaporou. Isadora se aproximou, desfazendo os nós do biquíni com um gesto lento e firme. Os seios livres se moveram suavemente, convidativos. Ela o puxou pela nuca, e o beijo que se seguiu era antigo — não pelo tempo, mas pela intensidade. Como se ambos o aguardassem desde sempre.
 
Caio a levantou com facilidade, sentando-a num dos degraus da escada. Os beijos migraram para seus seios, que agora estavam úmidos da chuva e do desejo. A boca dele explorava com reverência e fome, e os gemidos de Isadora eram abafados apenas pelo som das gotas batendo no telhado.
 
Ela se despiu por completo, e o biquíni caiu no chão como uma pele abandonada. Suas coxas se abriram em um gesto silencioso de entrega. A boca dele desceu, mergulhando no centro úmido e quente entre as pernas dela, onde cada lambida era uma onda — às vezes leve como brisa, às vezes tempestade.
 
Isadora se arqueava, murmurando entre dentes. Quando sentiu a língua brincar mais abaixo, onde quase nenhum havia ousado antes, soltou um gemido mais agudo, um “sim” que escapou como sopro e arrepio.
 
Ela então inverteu o jogo. Com olhos intensos e respiração entrecortada, desceu até ele. A sunga úmida revelava um volume latejante. Isadora a puxou com firmeza, e o membro pulsante surgiu, quente e desejado. Ela lambeu com lentidão torturante, como quem saboreia. Depois o engoliu, devagar, até sentir a garganta se ajustar.
 
Os olhos dela não desgrudavam dos dele. Havia algo naquela troca que ia além do físico — um desafio, uma provocação, uma dança sem passos definidos.
 
Quando ele a ergueu novamente, encostando-a contra a escada, a penetração foi intensa e funda, como se o corpo dele quisesse se fundir ao dela. Os movimentos ritmados traziam estalos úmidos e gemidos abafados. O corpo de Isadora se movia com urgência, os músculos tensos, os seios balançando com cada investida.
 
Caio a conduziu até a mesa próxima, deitando-a com delicadeza. Ela se posicionou, oferecendo-se com a confiança de quem sabe o que quer. Ele a penetrou por trás, e o prazer tomou conta de seus sentidos. Entre os gemidos, ela sentiu o toque ousado dele em outra região — um carinho inesperado, que a fez tremer.
 
— Mete o dedo… — ela pediu, com voz baixa e rouca.
 
Caio obedeceu, atento ao ritmo do corpo dela. Quando ela se ofereceu ainda mais, pedindo por completo, ele hesitou só por um instante. Mas o desejo — molhado, denso, quase elétrico — o guiou. Entrou devagar, respeitando o aperto quente e estreito, até que os corpos voltaram a dançar juntos, agora ainda mais próximos do limite.
 
Ela gozou primeiro. Forte, silenciosa, com os olhos fechados e a boca entreaberta. Ele veio em seguida, num jorro profundo e ofegante, sentindo-se envolvido por ela de todas as formas possíveis.
 
Ficaram ali, quietos, enquanto a chuva começava a cessar.
 
Voltaram para a piscina como quem volta à origem. A água fria misturava-se ao calor recém-compartilhado. Riam, cúmplices. Até que Bianca apareceu com um guarda-chuva, surpresa com os dois despidos sob a garoa.
 
Ela parou, observou — e não disse nada.
 
— Vai entrar na piscina pelada com a gente? — brincou Caio, com um sorriso leve.
 
Bianca apenas sorriu de canto e desapareceu pelas escadas.
 
Isadora olhou para Caio, ainda nua, ainda entregue, e entendeu que algo ali tinha mudado. Talvez não fosse amor. Mas era um segredo. E era só deles.

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