Uma Selfie, Um Like, E As Poses Da Ninfeta
O sol de verão entrava pelas frestas da cortina do quarto como se tivesse ciúmes de quem tentava se esconder atrás das paredes. A luz quente beijava a pele dela, que se via refletida no espelho do guarda-roupa, nua, com o biquíni vermelho nas mãos e um sorriso malicioso no rosto.
Ela sabia que o que estava prestes a fazer era arriscado. Sabia que era errado. E justamente por isso, o coração batia mais forte.
O biquíni era quase cruel em sua simplicidade: um fio dental tão fino que parecia um desafio à moralidade. Ajustou-o com cuidado, puxando-o para cima, enterrando-o entre as nádegas firmes, sentindo o tecido fino desenhar o contorno do corpo como se fosse uma assinatura de sedução. A lateral da calcinha subiu em um “V” perfeito, deixando à mostra a pele mais clara, marcada pelo bronzeado. As curvas eram suaves, mas não discretas. Eram feitas para serem notadas.
Ela passou as mãos pelos quadris, sentindo o próprio corpo, quase como um escultor admirando sua obra. Seus seios eram pequenos, mas firmes, os mamilos já duros mesmo sem toque. O cabelo loiro caía em cachos leves sobre os ombros, como se tivesse sido feito para atrair olhares inocentes e excitar os mais experientes.
Ela pegou o celular. Abriu o Instagram. Encontrou a câmera. E fez a pose.
Bunda empinada. Corpo inclinado para frente. Olhar por cima do ombro, com aquele sorriso que misturava doçura e promessa. A luz do sol entrava por trás, criando um contorno dourado ao redor do corpo. Era uma imagem quase artística. Ou seria apenas vulgar?
Ela não sabia — e talvez não quisesse saber. O importante era que ele visse.
E ele viu.
O coração dela acelerou ao ver a notificação: um coração vermelho aparecera ali, do lado da foto. Um like discreto, escondido entre os de outros homens. Mas ela sabia. Sabia que era ele.
O pai da sua amiga.
Casado. Mais velho. Com uma gravata sempre apertada e uma expressão de quem carrega o mundo nas costas. Mas, mesmo assim, ele a olhava. De longe. Escondido. E ela havia aprendido a sentir o peso desse olhar.
Ela sorriu. E sentiu um frio delicioso percorrer a espinha.
Naquela noite, a notificação mudou. Um direct. Um nome. Uma mensagem.
“Essa foto... não devia ser permitida.”
Ela sorriu de novo. E respondeu:
“Por quê? Acha que vai me achar pecaminosa?”
“Acho que você já sabe que é.”
E assim começou.
Mensagens que iam e vinham. Palavras que dançavam entre o perigoso e o tentador. Ela o provocava com fotos de saias curtas, de biquinis que quase não cobriam nada. Ele respondia com frases que eram quase ordens: “Vou ter que te castigar um dia desses.” “Você é muito nova pra isso.” “Não devia me provocar.”
Mas ele curtia. Sempre.
E um dia, ele escreveu:
“Podemos nos encontrar. Só um café. Só pra te ver.”
Ela respondeu antes mesmo de pensar:
“Só um café? Tem certeza?”
O encontro foi marcado para o meio da tarde, num café dentro do shopping. O sol estava forte, mas o ar condicionado do lugar era frio, quase gelado. Ela chegou com uma saia tão curta que mal cobria o que deveria. Os cabelos soltos, a blusinha de alça fina, os pés descalços dentro de sandálias de salto grosso. Ela caminhava rebolando, não por vaidade, mas por costume. Ou talvez por necessidade.
Ele a viu antes que ela o visse. Estava sentado numa mesa ao canto, com uma camisa social de mangas arregaçadas e a gravata frouxa. Um copo de água na mão, como se tentasse se refrescar por dentro.
Quando ela chegou, ele sorriu. Um sorriso contido, quase triste. Ela se sentou, cruzou as pernas e disse:
— Oi, senhor.
— Não me chame assim — ele respondeu, baixo. — Me faz sentir mais velho do que eu já sou.
Ela riu. Um riso cristalino, quase infantil. Mas os olhos diziam outra coisa. Diziam: eu sei o que você quer. E sei que não devia.
Eles pediram sucos. Mas não beberam quase nada.
— O filme começa em dez minutos — ele disse, de repente.
Ela ergueu uma sobrancelha.
— Você marcou pra ver um filme?
— Eu só queria um lugar pra te ter sozinho.
Ela sentiu o coração bater mais forte.
Entraram no cinema quase sem dizer uma palavra. A sala estava vazia. Eles escolheram a última fileira. Sentaram-se um ao lado do outro. A cadeira rangia sob o movimento deles. O cheiro de pipoca e refrigerante pairava no ar, mas não era isso o que ocupava os sentidos dela.
Foi ele quem começou.
Uma mão na coxa. Leve. Cautelosa. Ela não a afastou. Abriu as pernas um pouco mais. Ele sorriu no escuro e foi mais fundo.
Os dedos encontraram a calcinha. Sentiram a umidade. Ela gemeu baixo, quase sem querer.
— Ainnn... safado... — sussurrou, inclinando o pescoço.
Ele puxou a calcinha para o lado e deslizou dois dedos para dentro dela. Ela arqueou as costas. Ele apertou um seio. Ela gemeu de novo, mais alto.
— Você gosta disso, não é?
— Gosto — ela respondeu, ofegante. — Gosto de te provocar. Gosto de você me tocar. Gosto de tudo isso...
Ela esticou a mão e encontrou o volume por trás da calça. Ele estava duro. Tão duro que doía.
Ela o puxou para fora. Segurou-o com delicadeza, como se fosse algo frágil. Começou a movê-lo lentamente, sentindo o calor, o peso, a textura. Ele gemeu e puxou o cabelo dela, guiando-a para mais perto.
Ela aceitou. Abriu a boca. Envolveu-o com os lábios. Ele gemeu mais alto.
— Olha pra mim — ele pediu.
Ela obedeceu. Os olhos nos dele. A boca cheia dele. O movimento era lento, quase provocativo. Até que ele a empurrou para trás, segurando-a pelo cabelo.
— Eu quero... — ele sussurrou. — Eu quero gozar na sua cara.
Ela não respondeu. Apenas sorriu.
E ele fez.
Gotas grossas e quentes desenharam seu rosto. Ela fechou os olhos e deixou que ele a lambuzasse, como se fosse uma oferenda. Quando terminou, ele a olhou e disse:
— Você é uma puta.
Ela abriu os olhos e respondeu, sorrindo:
— Eu sei.
Eles começaram a se encontrar com mais frequência. No mesmo cinema. No mesmo horário. Às vezes, em hotéis discretos. Às vezes, no carro dele, estacionado em lugares vazios.
Ela continuava postando fotos. Biquinis. Saías curtas. Decotes. Ele continuava curtindo. E respondendo com mensagens que eram quase ordens.
“Você é minha putinha.”
“Você gosta de me provocar?”
“Hoje eu vou te comer.”
Ela respondia com corações e sorrisinhos safados.
Era errado. Era perigoso. Era tudo o que ela queria.
Porque no fundo, ela não era apenas uma novinha exibida.
Era uma menina que havia descoberto o próprio poder. E que havia aprendido que, às vezes, o desejo mais proibido é o mais doce.
E que ela era, sim, uma puta.
Mas uma puta com estilo.




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