Gemidos das gêmeas
O verão se estendia como um véu quente e úmido sobre o sítio, um
refúgio de memórias impregnadas de risos e liberdade. Havíamos chegado
há pouco mais de uma semana, instalados na propriedade de um parente
distante, onde o tempo parecia desacelerar entre os murmúrios da
natureza. Lá, os dias eram preenchidos pelo canto das cigarras e pelo
aroma doce da terra aquecida pelo sol. Meus olhos, de mãe atenta,
acompanhavam os movimentos de minhas filhas gêmeas, Clara e Sofia, duas
jovens de dezessete anos cuja beleza florescia como as flores silvestres
ao redor. Elas dividiam o espaço com os filhos do anfitrião, Tomás e
Lucas, rapazes na vigorosa casa dos vinte, cuja energia jovial exalava
uma confiança quase palpável. O que começou como brincadeiras inocentes
entre primos logo se transformou em algo mais, um segredo que o calor
daquele verão estava prestes a me revelar.Naquela manhã, o
grupo anunciou um passeio até a lagoa próxima, um oásis escondido entre
a mata densa. Duas horas se passaram, e uma inquietação sutil começou a
crescer em mim, um sussurro de curiosidade que me impulsionou a
segui-los. Caminhei pela trilha estreita, o som das folhas secas
estalando sob meus pés, o ar carregado do perfume úmido da vegetação. Ao
me aproximar da margem, escondida pela sombra das árvores, o cenário
que se desdobrou diante de mim roubou-me o fôlego e acendeu um fogo
inesperado em meu peito.
Clara estava com Tomás. A parte
superior de seu biquíni repousava esquecida sobre a relva, e os lábios
dele exploravam a suavidade de seus seios com uma avidez que parecia
dançar entre a ternura e o desejo bruto. Os gemidos dela, delicados e
entrecortados, flutuavam no ar quente, carregados de um prazer que eu
podia quase sentir na pele. Ele se moveu com uma ousadia natural,
libertando-se da bermuda para revelar-se a ela. Clara, com uma
desenvoltura que traía experiência, inclinou-se para acolhê-lo com os
lábios, um gesto íntimo e fluido. Quando o êxtase o tomou, ele não se
conteve, e ela, com um movimento quase instintivo, deixou que o
resultado de seu prazer encontrasse o chão.
O que se
seguiu foi uma entrega mútua. Tomás deslizou para baixo, os lábios
traçando um caminho ardente até o centro de seu desejo, e os gemidos de
Clara ganharam um tom selvagem, como se a floresta ao redor ecoasse sua
paixão. Logo, ele se ergueu novamente, e com um movimento lento e
deliberado, uniu-se a ela. O ritmo cresceu, os corpos em perfeita
sintonia, e eu, imobilizada, testemunhava o prazer estampado em seu
rosto jovem. Então, num giro sensual, Clara se posicionou de joelhos,
oferecendo-se a ele de uma nova maneira. Ele preparou o caminho com
cuidado, mas logo a intensidade tomou conta. Seus movimentos, firmes e
profundos, arrancaram dela um misto de súplica e rendição.
— Devagar… por favor — ela murmurou, a voz tremendo entre a dor e o desejo.
Mas
Tomás, perdido em seu próprio fervor, segurou-a com mais força,
acelerando o ritmo até que o clímax o envolvesse por completo. Quando
ele se retirou, um suspiro exausto escapou de Clara, e os dois
mergulharam na lagoa, como se as águas pudessem lavar os vestígios
daquele momento. Meu coração batia descompassado, mas antes que pudesse
me afastar, outro som cortou o silêncio — um gemido mais grave, vindo de
trás das árvores.
Era Sofia. Ela dançava com Lucas numa
entrega visceral. Seu corpo se movia em harmonia com o dele, recebendo-o
com uma ousadia que contrastava com a hesitação de sua irmã. Ele a
possuía com estocadas firmes, cada uma mais intensa que a anterior, e
ela, longe de recuar, incitava-o a ir além. O prazer dela explodiu em
ondas, um êxtase tão puro que por um instante invejei a liberdade que
transbordava em seu olhar. Quando terminaram, exaustos, ele descartou a
proteção entre as folhagens, e os dois permaneceram ali, ofegantes, como
se o mundo além daquelas árvores não existisse.
Caminhei
de volta à sede com a mente em turbilhão, o calor do dia agora misturado
ao calor que aquelas visões haviam despertado em mim. Não contei nada
ao meu marido — ele, com seu instinto protetor, jamais compreenderia.
Mas enquanto o sol se punha sobre o sítio, uma certeza se formou em mim:
aquelas águas escondiam mais do que peixes e segredos de verão. Eram
testemunhas de um ritual antigo, de laços que se cruzavam em silêncios e
suspiros, um jogo de proximidade e desejo que, talvez, eu mesma já
tivesse conhecido em outros tempos. O verão, afinal, tem o dom de
desnudar não apenas os corpos, mas as almas.



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